Vivi na ilha de Paquetá de 1950 até 1960 onde eu tinha 6 anos até os 16 anos e foi nesse tempo que conheci o ROQUE, cocheiro de uma das charretes da Ilha de Paquetá e que conduzia os animais com uma das mãos...
ROQUE perdeu o braço esquerdo quando estava no flutuante de atracação do cais e distraído não viu que barca se aproximava para atracar e esmagou o seu braço...
Ainda muito novo aprendeu então a arte de dirigir uma charrete, mas o diferencial dele para os outros era que ele não usava o chicote, ele falava com os irmãos maiores chamando pelo nome e pedindo que eles andassem mais depressa, no que era atendido prontamente...
A sua parelha era composta de 2 animais geralmente um macho e uma fêmea, mas tinha de reserva outros 2 que enquanto uns atuavam outros descansavam...
Ficavam estacionados ao redor da igreja de SÃO ROQUE que é o padroeiro de Paquetá e por isso a grande maioria dos homens que nascem na ilha se chamam ROQUE como homenagem ao santo...
Quando as pessoas embarcavam na charrete para dar o passeio pela ilha ele também fazia o papel de guia turístico e durante o passeio ele chamava e conversava com os animais para surpresa dos turistas...
Falava ele para a fêmea, "Mimosa meu amor ande mais depressa e você Trovão ajuda ela a andar mais depressa"...
Amor cabe em qualquer lugar...